Kassequel

21 10 2009

Hoje foi um dia singular nessa minha passagem por Angola. Na minha andança já costumeira, visitei um bairro chamado Kassequel onde há um comércio popular, ilegal a céu aberto, que se vende básicamente produtos alimentícios. Batatas, tomate, beringela, repolho, mandioca, farinha, cebola e muitas outras coisas do gênero. Vende-se também perfumes falsificados, panelas e outras variedades. As mercadorias são expostas no chão, geralmente em uma manta, em bancadas ou em grandes panelas e são exibidas pelas vendedoras, que tratam as produtos como se fossem jóias preciosas. No início fiquei receioso em andar pelo local com minha máquina fotográfica, (fotografar em Angola requer uma certa cautela), porém para minha surpresa, logo que cheguei uma simpática angolana me chamou quase que aos gritos,” êi gajo, venha tirar uma foto minha”. Foi tudo o que eu queria ouvir, empunhei minha Canon e , flash, flash, flash, e virou tudo uma grande festa pois as zungueiras que estavam por perto não quiseram ficar de fora dos cliques fotográficos. Tudo estava indo muito bem pois enquanto estava focado na expressão das pessoas estava em estado de graça, fazendo fotos que há muito tempo sonhava fazer. Quando baixei um pouco o olhar para observar as mercadorias que estavam sendo vendidas vi uma imagem que confesso, me embrulhou o estômago. Aquela simpática vendedora vendia víceras de animais, mais precisamente de cabritos, e dá para imaginar que o visual não é nada bonito. Tudo exposto alí ao sol, à poeira e muita môsca. Esse tipo de comércio é comum aqui em Luanda e o côro que mais ouvi dessas mulheres guerreiras é: “Não temos trabalho, precisamos sobreviver”. Até.


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